Acusados de matar casal em Santana de Parnaíba vão a júri popular
sexta-feira, 28 de outubro de 2011A advogada Roberta Tafner, 30, e o marido Willians de Souza, 34, vão a júri popular pelo assassinato dos pais dela, o empresário Wilson Roberto Tafner, 68, e a também advogada Tereza Cobra, 60, em 2 de outubro de 2010. O crime ocorreu em um condomínio de classe média em guia Santana de Parnaíba (Grande SP).
A sentença de pronúncia do casal foi proferida no último dia 19 pela juíza Telma Berkelmans dos Santos, da 1ª Vara Criminal de Barueri.
Pelo crime, ocorrido na casa das vítimas, o casal foi denunciado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas).
O casal foi morto a facadas. Tereza recebeu 16 golpes e Wilson, 10. Todos na cabeça e no rosto. A polícia encontrou 15 pontos de sangue entre o quarto onde o casal foi morto e a casa da filha e do genro, no mesmo condomínio.
Na sentença, a juíza determinou ainda que os réus não poderão aguardar o julgamento em liberdade. Roberta e Willians estão presos desde 15 de dezembro de 2010.
“Há vários elementos nos autos apontando que os réus não se relacionavam bem com as vítimas e que havia interesses patrimoniais nesta relação”, diz a sentença.
Os bens das vítimas, bloqueados pela Justiça, estão avaliados em R$ 5 milhões.
A Promotoria conseguiu o bloqueio de pagamento de seguros de vida e o sequestro dos bens e de direitos de herança.
A convivência do casal com a família era tumultuada, porque os pais de Roberta não aprovavam o casamento. Tereza demitiu a filha de seu escritório por suspeitar que ela e o genro tinham furtado dinheiro.
Willians foi denunciado como autor das lesões a faca que levaram à morte dos sogros. Roberta é acusada de ser cúmplice do marido no planejamento do crime e na limpeza dos vestígios.
“Estamos confiantes de que, levados a júri popular, eles peguem a pena máxima e a Justiça seja feita”, diz Regina Tafner, irmão de Wilson e tia de Roberta.
A pena, com os agravantes, pode chegar a 50 anos de prisão para cada um, se condenados. Roberta, que faz a própria defesa, e o advogado de Willians, Marco Antônio Arantes de Paiva, vão tentar anular a decisão.
“Vamos entrar com recurso pedindo que o processo seja anulado e a investigação policial, refeita”, diz o advogado.
A defesa vai entrar com recurso junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Segundo Paiva, vão alegar que a juíza ignorou o pedido de indiciamento do delegado Zacarias Katzer Tadros, que conduziu o inquérito, e do perito Criminal Nicolau Constantino Demirsky por falso testemunho.
O delegado considera a alegação estapafúrdia. “Atacar o trabalho da polícia não vai fazer com que sejam absolvidos”, diz Tadros. “Na sentença de pronúncia, a juíza desconsiderou qualquer nulidade em relação à investigação.”
Fonte: Jornal Floripa
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