Santana de Parnaíba: Governo promete entregar todo Rodoanel em 2014
segunda-feira, 29 de agosto de 2011A Secretaria dos Transportes anunciou para o segundo semestre de 2014 a entrega dos dois trechos que faltam para concluir o Rodoanel Mário Covas: o Norte e o Oeste. Ambos deverão estar prontos em 36 meses, o mesmo tempo gasto para a construção dos trechos Sul e Leste, já em operação. Quando isso acontecer, estará completo todo o conjunto rodoviário que interligará as rodovias estaduais e federais que passam pela Região Metropolitana de São Paulo
No final das obras, as rodovias Bandeirantes (SP-348), Anhanguera (SP-330), Castelo Branco (SP-280), Raposo Tavares (SP-270), Régis Bittencourt (BR-116), Imigrantes (SP-160), Anchieta (SP-150), Ayrton Senna (SP-170), Dutra (BR-116), Fernão Dias (BR-381) estarão interligadas.
Nas suas pistas não haverá acessos para as cidades que integram a Região Metropolitana, pois o objetivo principal da grande obra é, exatamente, evitar que trafeguem pelas suas ruas veículos que não as têm como destino, caminhões com cargas pesadas, sobretudo.
Segundo Laurence Casagrande Lourenço, diretor-presidente da Dersa, as novas pistas seguem o padrão dos trechos já inaugurados. O Rodoanel tem, em toda a sua extensão, largura mínima da estrada de 130 metros, considerando os dois sentidos da viagem. E também três pistas de rolamento, canteiro central e acostamento (exceto nos túneis).
Todos os cruzamentos com o sistema viário dos municípios atravessados serão exclusivamente em desnível, através de obras de arte especiais (viadutos), garantindo controle total de acessos, que serão bloqueados ao tráfego local.
O complexo viário em construção foi projetado para transportar pessoas e cargas com velocidade máxima de 100 quilômetros por hora. As paradas são apenas nos pedágios. Sua principal proposta é a de organizar a circulação de veículos na Região Metropolitana de São Paulo, em especial no centro expandido da capital e nas Marginais Pinheiros e Tietê. Ele obedece a três diretrizes: a interna (mais próxima das cidades), a intermediária (um pouco mais afastada) e a externa (longe das cidades). Ele tem um plano único como empreendimento, mas sua implantação se dá por etapas e fases.
Trecho Oeste
O Trecho Oeste entrou em funcionamento no dia 17 de dezembro de 2002, com a cobrança de pedágio. O valor da tarifa é de R$ 1,40 para carros de passeio e veículos comerciais. Caminhões e ônibus pagam esse valor por eixo. Independentemente da quantidade de praças e do trecho percorrido, o usuário só paga uma única vez, na saída do Rodoanel.
A Concessionária RodoAnel-CCR venceu a licitação com um deságio de 61% sobre a tarifa-teto estipulada em edital, e assumiu a operação do trecho em junho. Pagou outorga de R$ 2 bilhões ao Governo do Estado, dinheiro integralmente revertido para as obras do Trecho Sul, mas ainda deve investir R$ 804 milhões em obras de ampliação e melhorias desse trecho, como a construção de vias marginais entre as interseções da saída Padroeira e Rodovia Raposo Tavares, a construção de faixa adicional (5ª faixa) entre os trevos das Rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares.
Para a operação do Trecho Oeste foram gerados cerca de 500 postos de trabalho e outros mil empregos indiretos, o que contribui diretamente para o desenvolvimento dos sete municípios cortados por esse trecho do Rodoanel: São Paulo, guia de Embu das Artes, Cotia, Encontra Barueri, Carapicuíba, Osasco e guia Santana de Parnaíba.
Entre os investimentos a serem feitos pela concessionária no Trecho Oeste constam obras que buscam acompanhar o crescimento de tráfego, entre elas a implantação de vias marginais entre as interseções da saída Padroeira e Rodovia Raposo Tavares, e a construção de faixa adicional (5ª faixa) entre os trevos das rodovias Castelo Branco e Raposo Tavares. Também serão feitas obras de recuperação de seis quilômetros da Marginal de Carapicuíba, construção de três passarelas e melhorias nos acessos da Rodovia Castelo Branco e na interseção de Padroeira.
No primeiro ano de vigência do contrato a concessionária instalou um Centro de Controle Operacional para monitorar todo o trecho, dois postos de Serviço de Atendimento ao Usuário e dois postos da Polícia Militar Rodoviária. Futuramente, serão implantados sistemas de comunicação, controle e fiscalização com a instalação de radares, praças de pesagem, radiotelefonia, call boxes, painéis de mensagens, detector de neblina, estação meteorológica e câmeras de monitoramento de tráfego.
Guinchos, veículos para inspeção de tráfego e apreensão de animais, ambulâncias e viaturas para a Polícia Militar Rodoviária também estarão disponíveis. O Serviço de Atendimento ao Usuário deverá alcançar os níveis de exigência que constam no edital de concessões. Por exemplo, os primeiros socorros e o atendimento médico serão feitos em até 10 minutos, e a presença de guincho e socorro mecânico devem ocorrer em até 30 minutos.
Trecho Sul
O Trecho Sul começou a operar em abril de 2010. Seu traçado começa na Rodovia Régis Bittencourt, interliga as rodovias Anchieta e Imigrantes e segue até o prolongamento da Avenida Papa João XXIII. Ele se tornou importante ligação entre a região do ABC e o Porto de Santos. Tem 61,4 quilômetros de extensão.
O projeto contemplou dois acessos distintos para veículos provenientes do Trecho Oeste do Rodoanel e que se dirigiam à pista sul da Regis. O primeiro, destinado a veículos que trafegam em velocidades menores (como caminhões), cuja confluência com a Régis se dá pelo lado direito da pista na altura do quilômetro 278 da rodovia; esse acesso está liberado ao tráfego desde o início da operação do Trecho Oeste do Rodoanel (2002), porém recebeu melhorias no traçado com a realização das obras do Trecho Sul (2006-2010).
O segundo acesso, destinado a veículos leves (mais velozes) foi finalizado em junho de 2010, e consiste de uma alça direcional que permite a entrada na Regis Bittencourt pela pista da esquerda (mais rápida), um pouco depois do acesso anterior. A decisão pela construção de duas alças distintas foi tomada para organizar diferentes fluxos de tráfego, como aquele que chega à Regis vindo do Rodoanel, o já existente na rodovia, o dos usuários que desejam acessar a cidade de Embu e aqueles que desejam atingir outros destinos ao sul, além de aumentar a capacidade de tráfego no dispositivo.
A cobrança de pedágio nesse trecho, autorizada após a conclusão das melhorias previstas no Programa Intensivo Inicial, começou ontem. O usuário só paga uma vez, ao sair da rodovia, tal como já ocorre no Trecho Oeste.
Trecho Leste
O ramal Leste terá 43,8 quilômetros de extensão, vai se unir ao Trecho Sul em Mauá e terminará na Via Dutra, em Arujá. O traçado percorre o território de seis municípios: Ribeirão Pires, Mauá, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba e Arujá.
A obra deve começar em setembro e garantirá a ligação do Aeroporto de Guarulhos ao Porto de Santos, pela Rodovia dos Imigrantes. Está orçada em R$ 5,4 bilhões, sendo R$ 2,8 bilhões para execução das obras, desapropriação de terrenos, reassentamento de famílias e fazer a compensação. Serão desapropriados 1.070 imóveis e cerca de 10 mil empregos serão gerados com a obra.
Trecho Norte
O Trecho Norte terá 44,2 quilômetros de extensão e mais quatro quilômetros na interligação com o Aeroporto Internacional de Guarulhos. A obra está prevista para começar em dezembro. O empreendimento tem potencial para gerar 48 mil empregos diretos e indiretos. O trabalho inclui reassentar 2 mil famílias, com custo previsto total de R$ 155 milhões; desapropriar 2,1 mil imóveis, ao preço de R$ 568 milhões; suprimir a vegetação de 114 hectares e replantar 500 hectares.
De acordo com Casagrande, esse trecho terá sete túneis, totalizando 6,37 quilômetros e 20 viadutos, totalizando 7,4 quilômetros. O valor do empreendimento está estimado em R$ 6,1 bilhões. A obra viária custará R$ 4,51 bilhões.
Casagrande garante que o Trecho Norte do Rodoanel reduzirá o número de caminhões trafegando na Marginal Tietê, diminuirá os níveis de poluição na capital e garantirá aumento da velocidade no trânsito em geral. “Haverá também a recuperação da cidadania aos moradores de áreas ocupadas, com o Programa de Reassentamento, que oferecerá uma casa no valor de R$ 90 mil com escritura na mão, além do pagamento de auxílio-aluguel de R$ 480,00 e da mudança, R$ 300. Não podemos esquecer que haverá a recuperação de espaços em processo de desmatamento”.
Fonte: O Taboanense
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